Na última sexta-feira (16), estudantes, professores e técnicos do curso de Jornalismo da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) se manifestaram em apoio ao Dia Nacional de Luta em Defesa do Diploma. A ação, coordenada nacionalmente pela Federação Nacional de Jornalismo (Fenaj), recebeu o apoio de sindicatos, associações de ensino e pesquisa e coletivos de comunicação.
Em Tangará da Serra, a mobilização em favor da aprovação da PEC 206/2012 na Câmara dos Deputados ocorreu com uma roda de conversa no campus da Unemat. Durante todo o dia, profissionais de jornalismo de todo o país se uniram nas redes sociais em uma campanha de tuitaço e instagramaço, utilizando as hashtags #PECdoDiploma e #AprovaPECdoDiplomaJa.
Na avaliação da professora Ana Lucia Andruchak, coordenadora do curso de Jornalismo da Unemat, o movimento instiga a formação crítica dos estudantes, “eles começam a perceber que precisam se movimentar para valorizar a área de formação que estão se desenvolvendo e percebendo, como futuros profissionais, que a luta começa já dentro da graduação”, frisou.
A estudante da terceira do período do bacharelado Maria Tereza Cunha, destaca a importância da Universidade aderir à campanha pela retomada da obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo e como essa reivindicação deveria ser assumida por toda a sociedade visando um jornalismo de qualidade, “a informação é um direito constitucional”, pontua.
“O jornalismo é fundamental para a democracia, para combater as fakes news e abrir espaço às variadas opiniões da população. E um curso universitário auxilia e fortalece essa luta por uma sociedade participativa e bem-informada. Por isso defendemos o diploma como critério para o exercício do jornalismo", explica Gibran Lachowski, jornalista e professor da Unemat.
Segundo Samira de Castro, presidenta da Fenaj, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de derrubar a exigência do diploma de jornalista, mais de uma década atrás, revelou-se equivocada. “Ao retirar do Jornalismo o seu caráter profissional, a mais alta corte brasileira ajudou a pavimentar o caminho que levou às fake news”, afirma, ressaltando a emissão indiscriminada de registros profissionais para pessoas não habilitadas e sem compromisso com a ética da profissão. De todo modo, é importante destacar que, caso aprovada, a PEC não terá efeito retroativo para revogar os registros profissionais emitidos entre 2009 e a data de sua promulgação.
Texto: Felipe Collar/Redação.
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