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Nem que a vaca tussa: um dos mais injustiçados da Disney marcou a minha infância

Você se lembra da sua primeira vez no cinema? A minha foi em uma excursão da escola, eu tinha entre 6 e 7 anos, estava na companhia dos meus amiguinhos, da minha mãe e da tia Lindalva – minha professora na época. Eu morava no interior do Paraná, em uma cidade de 6 mil habitantes mais ou menos, e não havia cinemas por lá. O cinema mais próximo ficava a uns 40km de distância, na cidade vizinha, e foi justamente esse que marcou, junto com o Nem que a vaca tussa, esse grande evento da minha vida.

O trio de vacas – Maggie, Sra. Calloway e Grace – precisa dar cabo do bandido Alameda Slim para manter a fazenda de sua bondosa dona.

Para uma garotinha que estava acostumada a assistir filmes em fita VHS na televisão de tubo, esse foi um dia de muitas expectativas. Lembro de ficar maravilhada com toda a experiência, tudo era grande demais, a sala que comportava todo mundo, as poltronas que pareciam nos engolir, a tela que era, tipo, cem vezes maior que a TV de casa... tudo muito incrível! Inclusive, tenho fotos desse dia que podem provar a minha felicidade através de um sorriso banguela muito bem estampado no rosto.

Agora, vamos ao que interessa...

Vi que, neste mês (abril), a animação completou 20 anos de lançamento, então resolvi reassistir. Assim, como quem não quer nada, mas prestando atenção em cada detalhe. Ok, admito que não é nenhuma grande produção da empresa, não tem narrativas envolventes, nem lições de vida capazes de emocionar públicos de todas as idades, como foi com Soul (2020), por exemplo. Contudo, não deixa de ser uma história criativa e divertida. Traz uma mensagem interessante de superação, além de ensinar que a união faz a força, quando todos os animais se unem para alcançar seus objetivos.

O longa tem diversos pontos positivos: a ambientação no Velho Oeste, a trilha sonora gostosa, o fato de ainda ser uma animação tradicional – desenhada à mão – e, aqui, um bônus para o Brasil: a dublagem brasileira. Até os que preferem assistir a filmes legendados não podem negar que a nossa dublagem é impecável. É o que, muitas vezes, torna a produção ainda mais engraçada, como é o caso de Nem que a vaca tussa. Claudia Rodrigues (Maggie), Fernanda Montenegro (senhora Calloway) e Isabela Garcia (Gracie) foram excepcionais para o desenvolvimento do trio de vacas na versão brasileira.

Enfim, no final me emocionei, não sei se pela memória afetiva ou culpa da TPM, só sei que continuo emocionada enquanto escrevo essa resenha. Pode parecer bobo por se tratar de apenas mais uma animação da Disney, mas é que, PARA MIM, é um fragmento da melhor fase da minha existência... a minha infância.

 

Título original: Home on the Range

Direção: Will Finn e John Sanford

Elenco: Roseanne Barr, Judi Dench, Jennifer Tilly, Cuba Gooding Jr., Randy Quaid, Steve Buscemi

Gênero: Animação, Aventura, Faroeste

Ano de lançamento: 2004

País: EUA


Sinopse: 

No Velho Oeste, um trio de vacas – a aventureira e mal-educada Maggie, a boa e rígida Sra. Calloway e a despreocupada e ingênua Grace – tem de capturar um ladrão infame de gado, o Alameda Slim, a fim de conseguir dinheiro para salvar sua fazenda antes do leilão da mesma.


Onde assistir: Disney+.


 

Maria Heloisa Oliveira é acadêmica da sexta fase de Jornalismo na Unemat tangaraense.

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