Acadêmicos da segunda e sétima fase do curso produzem, ao todo, oito curtas; as filmagens acontecem durante o mês de novembro.
Neste semestre, os professores de jornalismo da Unemat campus Tangará da Serra, Lilian Martins e Felipe Berni, juntaram as turmas da sétima e da segunda fase do curso — Tópicos Especiais em Audiovisual e Linguagem Audiovisual, respectivamente — em torno da mesma atividade avaliativa: a roteirização, produção, filmagem e edição de curtas-metragens de ficção. Ao todo, oito curtas estão previstos para entrega até o início de dezembro.
Professor no campus tangaraense desde 2021, Felipe Berni contou que a ideia surgiu após perceber que tanto a disciplina dele quanto a da professora Lilian seriam ministradas no mesmo dia — às sextas-feiras. “A ideia já vinha sendo pensada desde que a gente chegou na Unemat. Observamos a possibilidade de criar espaços onde podíamos utilizar dentro de uma perspectiva interdisciplinar os múltiplos saberes dos professores, dos próprios estudantes”, pontuou o professor de Linguagem Audiovisual.
A proximidade temática das disciplinas, para a professora Lilian Martins, também foi um dos motivos que os levou a unir as turmas em torno da proposta. “O professor Felipe e eu percebemos que tínhamos muitas aulas em comum: roteiro, produção, edição, etc. Pensamos que juntar nossas experiências poderia ser interessante para as duas turmas”, disse.
Apesar da junção, as atividades serão em nível de dificuldade compatível com cada turma. Os acadêmicos da segunda fase vão desenvolver curtas de até 3 minutos no formato 9:16, para TikTok e Reels. Os da sétima fase, por sua vez, vão produzir curtas de 5 a 20 minutos, no formato 16:9, comum no cinema. Visando a Mostra do Filme Universitário Mato-grossense — o Fumfum! —, o projeto foi recebido pelos alunos de maneiras particulares.
Para o acadêmico da sexta fase do curso, Matheus de Andrade, a experiência de produzir um curta ficcional vai ser inédita. “Eu já fiz algo bem próximo quando participei, junto de outros alunos, da organização de uma reportagem para Telejornalismo II. Mas, agora, o trabalho é dobrado”, contou. O curta do seu grupo vai contar a história de Alice, uma adolescente de 17 anos que é influenciada pelos padrões de beleza reproduzidos nas redes sociais, o que a faz sair em busca de se encaixar neles.
A ideia surgiu de um trabalho fotográfico feito no passado da também acadêmica Áquila Barros, integrante do mesmo grupo de Matheus. “Na hora que a professora mandou a gente criar uma história, eu lembrei dessa. Apresentei e o grupo aceitou fazer. Lógico, colocando algumas coisas mais atuais.” Perguntada sobre a experiência de, agora, transformar a história em curta, Áquila brincou: “Nunca mexi muito com isso.” E apesar de achar que audiovisual não é o caminho que vai escolher para trilhar no jornalismo, a acadêmica refletiu sobre a versatilidade da profissão. “Tudo que a gente aprende na faculdade é bom, porque o mercado de jornalismo é amplo. Aprender é sempre um benefício”, ressaltou.
Na contramão de Áquila, o acadêmico Illgner Curcino é um apaixonado por cinema e audiovisual. Foi auxiliar nas filmagens e na direção do curta-metragem “Sobrevida” (2013), produzido com colegas do curso de comunicação social da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e contou, inclusive, que pretende estudar cinema depois que finalizar o mestrado. “Penso que ajudaria bastante na parte de jornalista crítico cinematográfico”, considerou. Para ele, produzir e filmar um curta no curso de jornalismo da Unemat foi a oportunidade de reviver a experiência. “Quando fiz a inscrição em Tópicos, neste semestre, já quis pôr em prática algo que experienciei, e também o que aprendi nas aulas de Fotojornalismo e Linguagem Audiovisual”, destacou.
No curta, o acadêmico também da sexta fase vai contar a história da moradora de rua Maria, transitando pelo passado infantil e presente adulto da personagem. A trama ambientada em Tangará da Serra é a adaptação audiovisual de dois contos literários — Os passantes e Sorriso triste na careta da manhã. Sobre a relação da atividade com o próprio futuro, Illgner assegurou: “Eu já mexo com edição, filmagem e fotografia, e o jornalismo abre uma gama de portas e janelas para tudo, então acredito que essa produção irá acrescentar muito no que quero seguir.”
Da segunda fase do curso, a acadêmica Lorena Carpanezi não demonstrou insegurança diante do desafio. “Nunca imaginaria ter uma oportunidade dessa, estou feliz”, comentou. Segundo ela, seu grupo pensou em duas histórias: uma, sobre o funeral de uma mulher ainda viva; outra, sobre um grupo diverso étnica e culturalmente. Ficaram com a última, e Lorena garante: “Esse vídeo vai proporcionar conflitos de culturas.” Perguntada sobre como a atividade vai ajudar no seu caminho na profissão, Lorena concordou com Áquila e Illgner: “O jornalismo é muito amplo, tudo se encaixa no jornalismo.”
Terminada a fase de entrega dos roteiros, cada um dos quatro grupos de cada turma terá novembro inteiro para filmar e editar, com o acompanhamento dos professores. “Na primeira semana de dezembro, as turmas vão apresentar os curtas para os colegas e, no dia 09 de dezembro, vamos veicular as produções no Fumfum. Temos certeza que vários curtas ótimos estão a caminho”, finalizou a professora de Tópicos Especiais em Audiovisual, Lilian.
FUMFUM
A segunda edição da Mostra do Filme Universitário Mato-grossense está prevista para o dia 9 de dezembro, ainda sem local definido. A primeira, realizada em dezembro de 2022 no Auditório João Francisco Sanches, da ACITs, reuniu alunos e professores para discutir a produção audiovisual não-jornalística dentro do curso, além de exibir sessões fílmicas de convidados e acadêmicos. “Ele [o Fumfum!] vai servir como espaço de visibilização dessas obras para que elas não fiquem restritas apenas no âmbito da disciplina”, comentou o professor Felipe, um dos organizadores.
Para esta edição, a data de submissão e o local de realização ainda serão confirmadas no Instagram do evento, @fumfum.mt.
Julian de Sousa é acadêmico da 5ª fase de jornalismo na Unemat tangaraense.
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